10 dezembro, 2023


Os estigmas em torno da psiquiatria ainda são barreiras reais para quem busca ajuda. Aqui, desmistificar é essencial. Hoje, mergulhamos no universo dos antidepressivos para responder perguntas que muitos têm receio de fazer:


🔹Vai me deixar dopado?

Não! Alguns tipos de antidepressivos podem causar alguma sonolência  e outros não têm efeito sedativo. E, habitualmente, usamos esse efeito colateral como terapêutico também, quando existe queixa de insônia. Converse com o seu médico se essa é uma preocupação para você.


🔹Vou precisar usar para sempre?

Não necessariamente. O tempo de uso de antidepressivos varia conforme a recomendação médica. Para muitos, o uso é temporário, enquanto para outros pode ser a longo prazo.


🔹Vicia?

Não! Antidepressivos não causam dependência como algumas outras substâncias (rivotril e zolpidem, por exemplo). No entanto, é importante seguir a orientação médica ao interromper o uso para evitar qualquer desconforto. 


🔹Engorda?

Na maior parte das vezes, não. Alguns antidepressivos podem levar ao ganho de peso em algumas pessoas, mas nem todos têm esse efeito colateral. Existem opções com menor probabilidade de causar ganho de peso. 


🔹Só serve para depressão?

 Não necessariamente. Além de tratar a depressão, os antidepressivos também podem ser prescritos para tratar outros transtornos, como ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo e outros. A escolha do medicamento depende do diagnóstico e das necessidades individuais do paciente.


Se essas informações levantaram mais dúvidas ou se você está considerando procurar orientação profissional, não hesite em conversar com um psiquiatra. Buscar conhecimento é essencial para tomar decisões conscientes sobre seu bem-estar. Estamos aqui para ajudar!

 

10 dezembro, 2023

Continuando a thread da atividade física na saúde mental, talvez tenha parecido que os benefícios se limitam aos sintomas depressivos, mas não é verdade! Hoje, diversos estudos trazem benefícios importantes em outros transtornos psiquiátricos, como transtorno por uso de substância, TDAH, transtorno de personalidade e até na esquizofrenia. Trouxe alguns pontos importantes para discutirmos mais um pouco:


Atividades físicas de maior intensidade são mais eficazes na redução dos sintomas de ansiedade em comparação com atividades de menor intensidade, conforme uma revisão sistemática com metanálise.

A prática regular de atividade física reduz traços de ansiedade, que estão relacionados a uma maior tendência a desenvolver transtornos de ansiedade.

O exercício tem um impacto significativamente positivo na função executiva, controle inibitório e flexibilidade cognitiva, domínios afetados em transtornos como TDAH e transtorno de personalidade borderline.

Pacientes com esquizofrenia se beneficiam da atividade física, melhorando a cognição social, memória de trabalho e atenção. Além disso, exercícios supervisionados por profissionais são mais eficazes nesse contexto.



 

10 dezembro, 2023


Pode parecer estranho um instagram sobre psiquiatria falar sobre atividade física, mas juro que não é! Os meus pacientes sabem que eu sempre começo o tratamento orientando que a medicação sozinha não é capaz de acabar com todos os males e são necessárias outras intervenções como psicoterapia e atividade física. 


Hoje vou começar trazendo algumas informações sobre o papel da atividade física nos sintomas depressivos. 


- Ser fisicamente ativo agora reduz significativamente os riscos de desenvolver depressão no momento presente, independente de ter um passado mais fisicamente ativo ou não.

- Exercício moderado/intenso uma vez por semana reduz os sintomas depressivos.

- Maior força muscular está relacionada a menor risco de depressão.

- Estudos mostram que o exercício não é inferior aos atuais tratamentos de primeira linha para episódios depressivos.


Cabe uma ressalva que alguns sintomas importantes da depressão envolvem a redução de energia e de iniciativa, e, por mais que o exercício físico seja um ótimo aliado, não deve ser mais um motivo de autoculpabilização ou sofrimento. Não raramente, é preciso ter uma melhora inicial do quadro com as medicações adequadas, para depois investir nas medidas não farmacológicas. 


E você, tem cuidado da sua saúde mental e praticado atividade física regularmente?


 

11 outubro, 2023

Selecionar o profissional certo para cuidar da sua saúde mental é uma decisão crucial. Compreender o processo de formação de um psiquiatra no Brasil pode ser a chave para escolher o especialista mais qualificado para atender às suas necessidades e hoje o post é para te auxiliar nessa decisão!

Tudo começa na faculdade de medicina, onde passamos seis anos aprendendo de tudo um pouco - clínica médica, cirurgia geral, pediatria, e por aí vai. Depois de pegar o diploma, vem o momento de escolher a nossa especialidade e encaramos um novo desafio, que às vezes é até mais concorrido e difícil do que o próprio vestibular: a prova de residência médica. Hoje, a psiquiatria é uma das especialidades mais concorridas.

Depois da aprovação, iniciamos mais uma jornada de 3 anos de carga horária intensa - uma experiência imersiva na psiquiatria. Durante a residência médica passamos em ambulatórios especializados (transtornos de humor, transtornos psicóticos, interconsulta psiquiátrica e por aí vai), enfermaria psiquiátrica (onde somos responsáveis pela condução dos casos mais graves), CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), Pronto Socorro Psiquiátrico e outros serviços. Nesses três anos de aprimoramento somos supervisionados por psiquiatras experientes e também temos uma formação teórica importante - com cursos, estímulo a pesquisa e até confecção de um novo Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Nossa formação na residência médica nos prepara para lidar com os desafios complexos da saúde mental com segurança e competência.

Ao final desses três anos de treinamento, nos tornaremos psiquiatras reconhecidos pela Associação Brasileira de Psiquiatria, e receberemos um número de registro de especialista (RQE).
Claro, existem outros caminhos que podem até ser chamados de atalhos, como cursos em saúde mental que não são a residência - sem um processo seletivo para entrar, com uma carga horária bem pequena e quase nenhuma ou nenhuma prática supervisionada - mas eu não acredito em atalhos, as melhores escolhas quase nunca são as mais fáceis :)

 

3 outubro, 2023

Olá, tudo bem com vocês?!

Irei aproveitar esse espaço para compartilhar informações que acredito que possam ser úteis para você - seja meu paciente ou ainda não ;)

Então vamos "começar do começo"...

Acredito que a primeira pergunta, ou uma das primeiras perguntas, seja: 

“Dra, como eu sei que está na hora de ir pro Psiquiatra?” 

Então esse post é para ajudar a desmistificar e orientar quem pode se beneficiar de ajuda na saúde mental! Quando as preocupações, o estresse ou os sentimentos intensos começam a se infiltrar na sua rotina e te causar sofrimento, é hora de considerar uma consulta com um psiquiatra.

1. Se a Ansiedade Virar Companheira de Sofá: Se a ansiedade for companhia persistente; a preocupação excessiva, o medo intenso, a tristeza ou os pensamentos catastróficos virarem seus colegas de sofá, um psiquiatra é o especialista que você precisa.

2. Mudanças Comportamentais: Se você está se transformando numa versão de eremita social, perdendo a paixão por coisas que costumava amar ou enfrentando uma novela nas relações interpessoais, tá na hora de chamar o reforço.

3. Alterações do sono: Se sua cama virou sua inimiga ou se você adquiriu uma energia de Duracell sem explicação, isso pode ser sinal de que é hora de fazer uma visita ao psiquiatra.

4. Impacto no Trabalho ou Estudos: Quando sua saúde mental começa a afetar seu desempenho no trabalho, na escola ou em outras áreas da vida, é importante procurar ajuda para evitar complicações futuras. Mas, não deixe as coisas chegarem a esse ponto, quanto mais cedo procurar ajuda, melhor será o prognóstico e menor será o sofrimento.

5. Acolhimento e Apoio: Um psiquiatra é treinado para oferecer um espaço seguro e acolhedor para discutir seus sentimentos e preocupações. Nós podemos trabalhar junto com você para desenvolver estratégias de enfrentamento e tratamentos adequados.

6. Encaminhamento: Se você já está em acompanhamento psicoterapêutico, confie no profissional que o(a) assiste para identificar quando uma avaliação psiquiátrica é necessária.

Lembrando que buscar um psiquiatra não é sinal de fraqueza, mas sim um passo corajoso em direção ao cuidado com sua saúde mental. Todos merecem viver uma vida saudável e feliz, e um psiquiatra pode ser um parceiro essencial nessa jornada. Não hesite em agendar uma consulta quando sentir que precisa de apoio. Sua saúde mental é valiosa e merece ser priorizada. 🧠✨